Por Roque González
A distribuição e a exibição digital do cinema prometem revolucionar a indústria da sétima arte. Essas mudanças deveriam fomentar uma maior democratização e acesso, sobretudo para os países pequenos e de menor desenvolvimento. No entanto, parece que a tendência não será essa.
Na América Latina – como na maior parte do mundo – existe um processo de concentração e transnacionalização na distribuição e na exibição. Poucas empresas – geralmente as majors (os grandes estúdios de Hollywood) – gerenciam 60% a 80% do mercado, dependendo do país. Da mesma forma, também é muito comum que as grandes empresas distribuidoras possuam também os principais circuitos de projeção.
A cota de mercado dos filmes latino-americanos que estreiam em algum país do continente que não seja o seu país de origem acaba se tornando marginal. Os índices de arrecadação, ingressos vendidos e circulação regional de filmes atingem, geralmente, menos de 1%. Essa estimativa, entretanto, pode variar em caso de algum sucesso excepcional.
Assim, embora se produza uma quantidade importante de obras cinematográficas (como nos casos de Argentina e Brasil), elas não conseguem ser comercializadas e acessíveis ao público. Infelizmente, os esforços realizados pelos Estados a favor do cinema estão focados quase que exclusivamente para a produção, deixando a comercialização em um plano inferior.
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FOTO: 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes / Crédito: André Fossati