Em recente nota conjunta, o Coletivo Intervozes e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação divulgaram preocupação com a aceleração da adoção de TICs para processos educacionais, e enviaram a líderes parlamentares do Congresso Nacional e à imprensa brasileira um posicionamento acerca do momento de pandemia de Covid-19 e o uso de ferramentas para Ensino à Distância, visto que o tema vem aparecendo em diferentes projetos de lei e ganhado espaço no debate público no Brasil.
“Muito é preciso fazer para que ao menos as demandas de TICs para as aulas pela Internet sejam razoáveis e permitam ao menos formação complementar. A quarentena forçada pelo coronavírus mantém em casa milhões de brasileiros, inclusive crianças, adolescentes e jovens, que tiveram suas atividades educacionais presenciais suspensas de acordo com determinações governamentais e com recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde), de forma a assegurar o distanciamento social, principal forma de contenção da pandemia.
Neste cenário, a Internet torna-se potencialmente o principal meio de acesso de estudantes ao conhecimento, à informação, à cultura e mesmo ao lazer ou à realização de atividades físicas. Não à toa, começam a surgir no Congresso Nacional proposições legislativas que tratam do assunto, com variadas perspectivas – algumas delas preocupantes, como a proposição de autorização da educação domiciliar -, motivo pelo qual é fundamental aprofundar as reflexões sobre o tema. A centralização das atividades na internet, incluindo a Educação a Distância (EaD) vem acompanhada de muitos problemas, dentre eles: a enorme desigualdade de acesso existente no Brasil […]”. (Trecho da nota pública)
Alessandra Meleiro, líder do Grupo de Pesquisa CENA, concebeu e mediou o Webinar “Ensino online em Cinema e Audiovisual: desafios da experiência portuguesa”, realizado pelo FORCINE (Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual) e FECA (Federação Portuguesa de Escolas de Cinema e Audiovisual), visando debater o impacto desta pandemia no ensino, especialmente no ensino de cinema e audiovisual, como as escolas públicas e privadas brasileiras e portuguesas estão lidando com a quarentena forçada pelo coronavírus, bem como de que forma as atividades educativas a distância deveriam estar disponíveis, e em quais condições mínimas de trabalho.
O debate contou com Filipe Vale (Docente do Departamento de Cinema e Artes dos Media da Universidade Lusófona), Manuel Costa e Silva (Docente da Escola Superior Artística do Porto, Vice-presidente da FECA e Presidente da Direção da Cooperativa de Ensino Superior Artístico do Porto), Manuel José Damásio (Presidente GEECT e membro Direção CILECT), Francisco Merino (Diretor da Licenciatura em Cinema da Universidade da Beira Interior), e mediação de Alessandra Meleiro (Coordenadora CENA/ UFSCAR e Presidente FORCINE e Iniciativa Cultural).