Desde a Retomada, 18 filmes brasileiros foram lançados comercialmente nos Estados Unidos. Nos últimos 15 anos, apenas dois – “Cidade de Deus” e “Central do Brasil” – figuram entre os primeiros cem filmes estrangeiros de maior bilheteria, 27º e 45º, respectivamente. Outros três também entram nos primeiros 400, o que representa apenas 1,25% deste total: “Bossa Nova”, “O ano em que meus pais saíram de férias” e “O que é isso, companheiro?”.

Dois destes cinco foram distribuídos pela Miramax, dois pela Sony, um pela City Lights; e três deles tiveram indicações para o Oscar. Uma indicação, no entanto, não garante sucesso. “O Quatrilho”, por exemplo, nem sequer foi lançado comercialmente nos EUA. Quatro diretores são responsáveis por oito dos 18 filmes na lista, com dois filmes cada um: Bruno Barreto, José Padilha, Karim Ainouz e Walter Salles.

O envolvimento de produtoras estrangeiras, das distribuidoras associadas à MPA, e da Globo Filmes, dá uma clara indicação que, de modo geral – mas não exclusivo –, os filmes que têm acesso ao mercado americano são aqueles orientados mais para um público amplo do que para um público restrito. Deixando de lado o ranking geral no mercado americano e focando apenas os filmes brasileiros, os números mostram que há uma boa aceitação da crítica especializada.

Não é de se surpreender que não exista uma correlação necessária entre desempenho de bilheteria e recepção crítica, mesmo porque as condições de lançamento são diferentes. Um filme lançado em apenas uma sala dificilmente vai competir na bilheteria com um filme lançado em 50 salas, embora os casos de “Cidade de Deus” e “Central do Brasil” mostrem que um grande lançamento inicial não é condição sine qua non de sucesso no mercado.

Os filmes brasileiros aparecem bem mais no circuito de festivais, que se multiplicaram nos últimos anos, e que incluem desde mostras internacionais (Cannes, Berlim, Veneza, Toronto, Los Angeles) até festivais com enfoques específicos, incluindo um número crescente de festivais de cinema brasileiro ou luso-brasileiro.

Em Los Angeles, o Palm Springs International Film Festival abre o ano em janeiro, seguido pelo Los Angeles Film Festival em junho, e o festival do American Film Institute em outubro. Os três normalmente incluem um ou mais filmes brasileiros. Nos intervalos, há pelo menos três festivais mais específicos que incluem filmes brasileiros: o Los Angeles Latino International Film Festival, o Los Angeles Brazilian Film Festival, e o Hollywood Brazilian Film Festival.

*Trecho do artigo de Randal Johnson publicado na coleção “Indústria Cinematográfica e Audiovisual Brasileira”.

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MÉDIA NACIONAL
De janeiro a julho, o público dos filmes brasileiros foi de 6,4 milhões de pessoas, o que significa apenas 9,46% do mercado. “Chico Xavier” foi o responsável por mais da metade dos espectadores: 3,4 milhões.

FESTIVAL DO AMAZONAS
Seguem abertas até o dia 3 de setembro as inscrições para a mostra competitiva do 7º Amazonas Film Festival, que será entre 5 e 11 de novembro, em Manaus. Confira o regulamento no site: http://bit.ly/ale4dP

NA ELOCENA TV
No debate sobre as novas mídias, agentes do setor analisam as oportunidades e modelos de negócios com diferentes players, como produtores, distribuidores e empresas de telefonia. Acesse: www.elocena.com.br

SEM FRONTEIRAS
Interessados em exibir seus filmes nas mostras mineiras de Tiradentes e Ouro Preto, em 2011, devem ficar atentos às inscrições, que vão de 20 de setembro a 29 de outubro de 2010. Detalhes pelo link: http://bit.ly/bgTl7D